TUTORIAL – Regeneração de Áreas Ardidas

Após os devastadores incêndios que assolaram a Serra da Estrela, a natureza enfrenta um grande desafio: a recuperação. A associação “Os Guardiões da Serra da Estrela” é um dos grupos que se uniu para ajudar neste processo. O técnico e entusiasta Tito Lopes, um dos membros da associação, explica as estratégias essenciais para ajudar a regenerar a paisagem queimada e minimizar os efeitos negativos a longo prazo.

Proteger o solo contra a erosão

O fogo deixa o solo nu, vulnerável à erosão causada pelas chuvas. A principal técnica de recuperação, destacada por Tito Lopes, consiste em criar barreiras naturais com os troncos de pinheiros queimados. Por não se regenerarem, estes troncos são o material perfeito para serem dispostos nas encostas, servindo como barreiras que ajudam a abrandar o fluxo da água e a reter o solo e as cinzas, ricas em nutrientes.

Estas barreiras não só protegem o solo, mas também criam um ambiente ideal para o crescimento de novas plantas e árvores.

Regeneração natural vs. plantação

Muitas espécies nativas, como os carvalhos, sobreiros e castanheiros, são resistentes ao fogo e têm a capacidade de regenerar-se naturalmente. Por isso, Tito Lopes aconselha a não cortar estas árvores, pois é provável que voltem a brotar.

No entanto, em áreas onde o solo é mais pobre ou as espécies são menos resistentes, as barreiras de pinheiros fornecem a proteção necessária para que novas sementes possam ser plantadas e cresçam em segurança.

A importância da prevenção

Apesar de o trabalho de recuperação ser fundamental, o grande foco, de acordo com o especialista, deveria estar na prevenção. Uma gestão florestal sustentável e uma maior consciência sobre o impacto humano na floresta são a chave para evitar tragédias futuras, reduzindo os danos antes que aconteçam.

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